A ideia do Maio Amarelo surgiu a partir de estudos feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a situação da segurança no trânsito em diversos países.O Movimento Maio Amarelo nasce com uma só proposta: chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. O objetivo do movimento é uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil.  

O distanciamento também salva vidas no trânsito” , em um mundo cada vez mais conectado, onde as distâncias parecem diminuir através da velocidade, um desafio persiste em ameaçar a integridade e a vida de milhares de ciclistas: a (in) segurança no trânsito. A cada ano, as estatísticas revelam um cenário alarmante de mortes e feridos nas vias ao redor do mundo: um preço alto demais a ser pago pela mobilidade e pela pressa cotidiana. 

Este tema não é apenas um slogan. É, primordialmente, um manifesto por mudanças profundas em nossa maneira de perceber o trânsito e de como nele nos comportamos. 


A paz no trânsito é construída sobre os pilares do respeito, da responsabilidade e da empatia. Respeito às leis, aos sinais e aos limites de velocidade; responsabilidade pelas escolhas de ação e reação; e empatia por cada vida que compartilha as vias, entendendo que cada pedestre, ciclista, motociclista e motorista é alguém com família, sonhos e o direito de chegar seguro ao seu destino. 

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pela fiscalização e controle do trânsito em rodovias federais em todo o país, mostram que a principal causa dos sinistros nessas rodovias é a falta de atenção ou reação dos motoristas, motociclistas e pedestres (36% das ocorrências). Questões comportamentais estão associadas à boa parte dos acidentes, como a desobediência das regras de trânsito (14,4%), excesso de velocidade (10%) e uso de álcool (5%). O principal tipo de ocorrência é a colisão frontal, responsável por quase 40% das mortes no trânsito.

 A política regulatória vem evoluindo desde a criação do novo Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/1997). Algumas ações, como a implementação da lei seca (Lei 11.705/2008), contribuíram para a redução de ocorrências e de mortes, mostrando a importância de políticas públicas para o trânsito. Na última década, também houve avanços na legislação de uso de álcool e suas penalidades, exigência de tecnologia de segurança nos veículos, além da obrigatoriedade de exames toxicológicos para motoristas profissionais. No entanto, ainda é um grande desafio tornar a legislação efetiva, o que requer fiscalização adequada e conscientização da sociedade.


Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a 2ª. década de segurança no trânsito, com metas de redução de mortalidade ousadas. A expectativa é que o Brasil alcance resultados positivos em termos de redução das mortes em sinistros de transporte terrestre. O país aderiu à campanha mundial e inseriu o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), criado em 2018, em suas metas.  O objetivo é tornar as cidades brasileiras mais seguras para a circulação de pessoas e veículos. 

Fontes:

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
Jornal da USP
Observatório Nacional de Segurança Viária (OSVN) 

 

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